A trágica história de um crime.
Gisberta, uma mulher trans brasileira, foi torturada durante dias e assassinada por um grupo de jovens. A narrativa é ficcional mas a história é real. O crime aconteceu em 2016, na cidade de Porto, em Portugal.
As páginas que descrevem o final da história são algumas das mais emocionantes e tristes que já tive a oportunidade de ler - ao mesmo tempo, o livro ficou marcado pra mim como uma das leituras mais transformadoras e necessárias dos últimos tempos.
Talvez porque a narrativa de Afonso Reis Cabral, escritor português vencedor do Prêmio Saramago, é muito inteligente: por um lado, acompanhamos a trajetória de Gisberta, desde sua infância no Brasil até seus dias como prostituta em Portugal. Por outro, observamos a história do crime a partir da perspectiva dos jovens agressores.
Agressores que são crianças, não tendo mais que 16 anos, vivendo meio abandonados pela cidade, morando em abrigos, envoltos por violência. O crime que cometeram é imperdoável - uma vida foi tirada. Entretanto, ao nos trazer diferentes perspectivas o autor joga com nossos sentimentos ao nos aproximar dessas crianças, ao nos fazer empatizar com elas, ao nos fazer compreender o contexto em que elas existem e as dores que sentem.
Na época, o caso teve grande repercussão e levantou o debate sobre o preconceito contra pessoas trans e sobre a maioridade penal. É nesse sentido que considero o livro de Afonso Reis uma leitura quase obrigatória nos dias de hoje. No fundo, o autor nos conta uma história sobre a falta de empatia - e a necessidade urgente que temos dela.
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